Liberdade de pressão

Hoje assinala-se o 41.º aniversário da revolução do 25 de Abril. A revolução dos cravos, como também a conhecemos, serviu para libertar o povo da ditadura e ter acesso à liberdade de expressão, à liberdade social e a direitos que antes estavam totalmente fora de questão. Foi de facto grandioso ter-se dado esse corajoso passo em 1974, e lutar contra aqueles que oprimiam a sociedade de levar uma vida normal, instituindo finalmente um regime político que funcionasse para o povo e não contra o povo.

Ora, o que escrevi acima, é como repararam, uma brevíssima descrição do significado do feriado de hoje. Agora vou falar um bocadinho do 25 de Abril de um ponto de vista actual e realista.

cartazes25abrildO 25 de Abril, faz lembrar a típica história de um qualquer adolescente de 15/16 anos que diz que quando chegar aos 18 anos, já é maior de idade, adulto, e que vai morar sozinho. E então faz planos e parece tudo muito fácil. O tempo vai passando, chega-se aos 18 mas não há trabalho ou ordenado que dê para aguentar as rendas. Fica para o próximo ano. E passa mais um ano e outro, e nada. Chega-se aos vintes e tais e ainda estamos no mesmo sítio. Alguns aos 30.

Imagem original do blog O Ouriço

Portugal está na mesma. Já lá vão os 18 e ainda não conseguiu sair da casa dos pais. Já tem mais liberdade, claro. Já pode dizer o que pensa (desde que não o faça dentro da Assembleia da República); já pode chegar tarde a casa porque já sabe tomar bem conta de si próprio (desde que amanhã esteja a horas aceitáveis pronto e sem cheirar a álcool para receber as visitas em casa do FMI); já tem o seu próprio trabalhinho (em que aufere o ordenado mínimo ou menos de preferência); já tem um carrito para as voltinhas (comprado às prestações por intermédio de um banco que levou uma injecção de capital com dinheiro dos contribuintes); tem muito calçado e roupa gira e de marca (fabricada por empresas que saíram de Portugal e despediram milhares e se relocalizaram em países com mão-de-obra de baixo custo) e até já come todos os dias fora (exportando produtos nacionais para outros países para depois os ir comprar ao dobro do preço, ou simplesmente não produzindo e importando tudo).

Mas ainda lhe falta o essencial: sair da casa dos pais. Que é como quem diz, mandar na sua própria casa. Como sabemos, a casa dos pais é a casa dos pais, e lá eles é que mandam. O problema é que a Angela Merkel é uma mãe lixada e já anda a pedir ajuda a mais para as despesas. Portugal parece que continua à espera do pai que já não volta, e enquanto isso vai se sujeitando aos padrastos. Mesmo tendo voto na matéria, vem sempre um pior que o outro.

E o nosso padrasto só faz o que a mãe quer.

Angela Merkel
A mãe a prometer porrada a Portugal se continuar a gastar o dinheiro dela em guloseimas

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